Carta de revolta "Hoje morreu mais uma mulher vítima de um assassinato bárbaro"

Carta de revolta “Hoje morreu mais uma mulher vítima de um assassinato bárbaro”

Mário Gonçalves deixou na sua rede social um texto de revolta depois de mais uma mulher perder a vida, vítima de violência doméstica em Portugal.

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Leia na íntegra:

“Hoje morreu mais uma mulher.

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Hoje morreu mais uma mulher vítima de um assassinato bárbaro às mãos do ex-companheiro. Para trás deixa duas filhas. Para trás deixa toda uma história nesta sua breve passagem pela terra.

Ele, o monstro, decidiu disparar contra si próprio para cometer suicídio. Não conseguiu. Mas conseguiu matar a mulher. Foi cobarde. Vai ser condenado, mas antes disso vai receber todo o tratamento médico que muitos de nós não conseguimos ter neste momento. Vai receber todos os cuidados e mais alguns, enquanto a mulher estará dentro de uma arca frigorífica na morgue.

Ele, o mostro, vai ser julgado como doente mental. Vai ser internado num hospital psiquiátrico com todas as “mordomias” que este “Estado de Justiça” exige a criminosos desta natureza. Vai ter roupinha lavada, caminha, comida boa e medicação, tudo pago pelos contribuintes.

Ele, o monstro, não vai pagar nada. Só irá usufruir do bom e do melhor. Médicos e Enfermeiros 24h sobre 24h. Televisão. Biblioteca. Ginásio. Passeios no jardim, acompanhado. Etc. Mas a mulher? Essa não, essa vai estar enterrada no cemitério, não pode usufruir de nada disso.

As filhas, uma com apenas 12 anos e outra com 25, viram assim a sua vida virar do avesso. Acabaram de perder a sua mãe às mãos de um monstro que decidiu acabar com a vida da mesma por não saber aceitar a separação e a rejeição. Já nada será igual. Já nada será o mesmo.

Mas o monstro? Esse continuará por cá, com o mesmo pensamento doente e cruel: “Não és minha mas também não foste de mais ninguém”. O monstro, terá todas as regalias neste País onde a (in)justiça continua a olhar para os mesmos como as vítimas e nunca os maus da fita.

Ele estava lúcido quando cometeu o crime. Ele, o monstro, acabara de destruir todos à sua volta, mas vai ser libertado daqui a uns anos. A mulher? Apenas receberá flores na sua campa, flores cheias de dor e lágrimas das suas filhas que ela tanto amava. Já cá não está para se defender. Já não volta mais.

Como ele, o monstro, há muitos no nosso País que ainda continuam a agredir bárbaramente as suas mulheres, mulheres que se calam porque sabem que jamais a (in)justiça as pode salvar. Mulheres que se sujeitam todos os dias à violência física e psicológica de “doentes mentais”, monstros como eu lhes gosto de chamar. Mulheres que infelizmente perdem a vida todos os anos no nosso País às mãos destes parasitas defendidos pelo “sistema”, porque na realidade eles é que são as vítimas, nunca elas.

É triste. Muito triste. É revoltante. É acima de tudo um assunto que deveria ser debatido por quem de direito. Todos aqueles que ousam praticar violência doméstica deveriam estar presos, a pão e água, sofrer na pele todos os dias um bocadinho da dor que fizeram sentir a quem estava ao seu lado. Deviam estar com os cornos a limpar as matas de sol a sol deste País juntamente a tantos outros parasitas do “sistema”, entre eles violadores, pedófilos, corruptos e por aí adiante.

Mas não. São defendidos. Serão sempre. Até lá, quantas mulheres terão que morrer ainda às mãos destes MONSTROS?
Tenho dito!”