Casal na miséria vive em rulote há seis anos: “Dormimos agarradinhos para enfrentar o frio”
Teresa e José Reis vivem há mais de seis anos numa rulote em Valongo, Macedo de Cavaleiros, sem água, luz própria ou casa de banho, recorrendo à solidariedade de familiares e vizinhos.
Teresa e José não têm emprego, mas vão fazendo alguns trabalhos esporádicos na agricultura. Não ganham muito, mas é sempre algum para juntar ao Rendimento Social de Inserção, que se torna cada vez mais escasso com a subida do custo de vida.
“Temos medo de vir a passar mais dificuldades”, lamenta o casal, que sofre com doenças crónicas. “Tenho diabetes e o meu marido asma e a medicação nunca pode faltar. Para ser sincera, nem sei ao certo quanto gasto, mas é um valor considerável. Todos os dias injeto insulina”, explica a mulher.
“Somos só nós dois, não temos filhos. Antes morávamos numa rulote mais pequena ainda, mas depois conseguimos trocar para esta, onde com o passar dos anos nos temos aguentado”, conta Teresa, que “gostava muito de ter uma casinha, pedia às instituições sociais que olhassem para o nosso caso. Temos dificuldades e era a concretização de um sonho”, confessa.
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Com a chegada do inverno, aumentam os problemas. “Com o frio fica mais difícil conseguir lidar com a situação, mas pomos mais cobertores e dormimos agarradinhos”, diz o casal, que é obrigado a tomar banho dentro de bacias e “muitas vezes a casa de banho é a natureza”.