Em comparação com os outros reclusos, João Rendeiro tinha uma vida de luxo na cadeia, com vários materiais vindos de fora da prisão, como um telemóvel e até ovos da Páscoa, financiados e transportados pela avogada June Marks.
A advogada do ex-banqueiro, June Marks, anunciou que queria deixar de trabalhar com o português por falta de pagamento. “Eu pagava do meu bolso roupa, sapatos especiais, tabaco, livros, prendas, champô, cremes, purificadores do ar, comida cara, ovos da Páscoa e roupa interior com tecido especial. E exigia que eu pagasse todas as despesas dele com o meu dinheiro. Fui à cadeia várias vezes e ainda contratei estafetas”, começou por contar a advogada.
Rendeiro queria ainda que June Marks pagasse 600 euros por mês a um restaurante para lhe levar comida todos os dias à prisão, uma das coisas que o ex-banqueiro mais se queixava.
“Ele não me passou muito dinheiro e eu ainda lhe fiz um desconto de 50%. Abusou de mim. Viveu em hotéis de luxo e nem queria pagar a minha estadia quando eu vinha a Durban para as audiências”, conta ainda a advogada. “A Interpol levou-lhe 2 iPads, 3 telemóveis e cartões bancários. Não conseguia movimentar o dinheiro e exigia que eu lhe pagasse tudo”, revelou.
João Rendeiro utilizava os materiais levados pela advogada para pagar favores e proteção dentro da cadeia com cigarros e outros presentes.