Mecânico português voluntário na guerra da Ucrânia desiste: “Estavam a enviar-me para a morte”

Mecânico português voluntário na guerra da Ucrânia desiste: "Estavam a enviar-me para a morte"

Um mecânico português de 29 anos, sem qualquer experiência militar, voluntariou-se para ir à Ucrânia ajudar a defender o país da invasão russa, mas terá desistido por falta de condições no terreno.

Links patrocinados

O jovem falou com a CNN Portugal, identificou-se apenas como “N.S.” e contou que chegou à base militar de Yavoriv, no dia 1 de março, onde foi alvo de um interrogatório.

“Davam-nos palestras de vários tipos. Umas para conhecermos as armas russas e os pontos fracos do adversário, outras sobre socorrismo. Aprendi a arte da guerra”, começou por contar o voluntário à CNN Portugal.

Links patrocinados

O português recebeu formação durante 15 dias, sem que lhe fosse atribuída uma arma. No dia em que a base militar de Yavoriv foi atacada, numa investida que fez 35 mortos e 134 feridos, o português viu-se obrigado a assistir aos bombardeamentos que estavam a acontecer sem que nada pudesse fazer.

“Fiquei ali em pé, sem arma, sem colete, sem capacete. Percebi que não podia continuar assim. O meu objetivo era combater, e se morresse seria de arma na mão. Assim, éramos apenas carne para canhão”, lamentou o voluntário, que acabou por decidir abandonar o país.

Leia Também: Imagem da Virgem Peregrina de Fátima já chegou à Ucrânia e vai lá ficar um mês

De seguida, o português foi ter com o comandante da sua companhia e avisou: “Desculpe, mas eu vou embora. Se formos invadidos isto vai ser um massacre. Não tenho armas e não quero ficar em cativeiro dos russo”. Depois, foi à caserna onde se assinam os papéis e devolveu a farda que lhe haviam dado e os militares rasgaram o seu contrato.