Mulher que matou padrasto em França depois de ter sido violada durante anos não vai para a prisão
Mulher era abusada pelo padrasto desde os 12 anos de idade, homem com quem acabou por casar e ter quatro filhos.
Valérie Bacot tirou a vida ao marido em 2016 depois de ter sido maltratada de abusada durante vários anos. Recebeu esta sexta-feira uma sentença de quatro anos de prisão, com três anos de pena suspensa e tendo já passado um ano em prisão preventiva, não terá de cumprir qualquer pena de prisão.
Corria o mês de março, o ano era 2016, Valérie tomava a decisão de matar Daniel Polette. Ela com 35 anos, ele com 61. Pediu ajuda a dois dos seus quatro filhos para enterrar o corpo do agressor numa floresta. Mas uma denúncia viria a levar Valérie a ser detida, em outubro de 2017.
A mulher confessou o crime. Explicou o terror que passou durante 25 anos às mãos de Daniel Polette, mas de pouco valeu.
Quando tinha apenas 12 anos, Valérie foi violada por Daniel Polette, que mantinha uma relação com a mãe. O homem chegou a ser condenado e preso em 1995 pelo crime que cometeu, mas um juiz autorizou a saída da prisão e permitiu que o homem voltasse a casa da família. “Tudo voltou a ser como antes”, revelou a mulher em livro. Valérie engravidou do agressor e foi expulsa de casa pela mãe.
Naquela altura, Valérie pensou que não tinha escolha. A jovem juntou-se com Daniel, o agressor e seu ex-padrasto. No livro revela que ele era viciado em álcool e foi-se tornando violento com o tempo. Chegou a ser agredida com um martelo e estrangulada até desmaiar quando estava grávida.
Para além de toda a violência física e psicológica a que era sujeita, a mulher foi ainda obrigada a prostituir-se. Sempre que pensava fugir, era ameaçada com uma arma.