Portuguesa de 23 anos encontrada morta no Reino Unido contactou a polícia sete vezes antes de morrer

Portuguesa de 23 anos encontrada morta no Reino Unido contactou a polícia sete vezes antes de morrer

Uma jovem portuguesa de 23 anos, que foi encontrada morta em casa, no Reino Unido, em abril de 2020, tinha contactado a polícia britânica sete vezes nos 12 meses anteriores, em contexto de violência doméstica.

Links patrocinados

O jornal New York Times teve acesso a um relatório realizado por um gabinete independente que visava avaliar a conduta policial no caso, que encontrou várias falhas da polícia britânica que podem ter resultado na morte da jovem portuguesa.

Segundo o relatório, a mulher ligou sete vezes para a polícia, incluindo duas chamadas no dia em que morreu, a 8 de abril.

Links patrocinados

A primeira chamada foi feita em maio de 2019, quando estava grávida do segundo filho. A mulher queixou-se que o parceiro era violento, “excessivamente ciumento” e que a iria matar.

A violência foi-se repetindo e houve uma nova chamada a 29 de dezembro. A vítima queixou-se que o companheiro a teria agredido de tal forma, que no dia de Natal mal conseguia respirar. Devido à falta de meios, a polícia chegou ao local quatro horas após a chamada e descreveu o casal como tendo “problemas de comunicação”, alegando que não haveria motivos para “preocupação”.

Leia Também: Jovem com cancro terminal após médico culpar farda do IKEA por ter olhos amarelos

Apesar da relutância da vítima em apresentar queixa contra o parceiro, os agentes devem “construir o caso para as vítimas, e não esperar que as vítimas construam o caso para a polícia”.

A 8 de abril, a vítima concordou em apresentar queixa, mas o homem foi libertado poucas horas após ter sido detido. O agressor dirigiu-se à casa da vítima, onde a agrediu mais uma vez.

A portuguesa sofria de uma condição cardíaca diagnosticada em 2015, da qual o agressor tinha conhecimento. A jovem foi encontrada morta em casa e a sua mãe considera este o “crime perfeito”, uma vez que o companheiro da vítima “sabia o que aconteceria se a perturbasse”.

O agressor foi sentenciado a 10 meses de prisão por agressões graves, cumpriu pena e já se encontra em liberdade. Não foi acusado de “homicídio involuntário”, após um cardiologista argumentar que o problema cardíaco pode ter sido despoletado por qualquer outra razão.