“Reconheci a avó só pelos brincos”: Neto de idosa deixada a apodrecer em lar ilegal recorda como encontrou a avó

O neto da idosa encontrada em “avançado estado de decomposição” num lar ilegal em Riachos, Torres Novas, recordou como tudo aconteceu, esta quarta-feira, no julgamento que decorreu no Tribunal de Santarém.

“Assim que entrei em casa senti um forte odor a podre, um cheiro horrível, fui ao quarto e vi a minha avó na cama, toda tapada com o lençol, só tinha uns cabelitos de fora. Quando destapei a cara, vi que estava toda preta, sem olhos e quase sem nariz”, recordou Pedro Guerra, neto da idosa, acrescentando que só reconheceu a avó “pelos brincos que ela usava há muitos anos”.

A avó de Pedro Guerra, Manuela Alves, de 90 anos, estaria morta há 12 dias quando foi encontrada pelo neto.

Ana Paula Alves, de 41 anos, dona do lar ilegal, conta outra versão. Garante que guardou o corpo “apenas dois ou três dias” e está “arrependidíssima” pelo que fez.

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“Fiquei confusa, atrapalhada, sem saber o que fazer, nessa altura [em março de 2021] a Covid-19 estava muito complicada e eu bloqueei”, defendeu-se a dona do lar ilegal, garantindo ainda que as idosas encontradas subnutridas estariam “bem alimentadas”.