“Uma dor de cabeça não é motivo para vir às Urgências”: As palavras ditas por um médico a um doente com derrame cerebral no Porto
Uma médica do Hospital de S. João, no Porto, terá desvalorizado o quadro clínico de um paciente que veio a ficar internado durante três semanas.
Francisco Magalhães, de 64 anos, terá entrado nas urgências do Hospital de S. João, no Porto, a 10 de abril de 2017, queixando-se de fortes dores de cabeça, vómitos e desmaios. O homem teve alta ao fim de doze horas, sem qualquer exame efetuado. “Fiquei a soro horas. Depois a médica deu-me alta e disse que com dores de cabeça não se vem ao hospital. Fiquei a olhar para ela. Sou bombeiro e sabia que aquela dor não era normal”, contou o homem.
As dores persistiram e o homem ligou para a Saúde 24 já sem visão. “Queriam mandar-me para o S. João e eu recusei. Fui ao Pedro Hispano, Matosinhos, e lá, após fazer duas TAC, fiquei três semanas internado e continuo a ser seguido”, explicou Francisco Magalhães.
Francisco foi diagnosticado com uma trombose venosa cerebral. A visão ficou afetada para toda a vida e Francisco acredita que se recebesse o tratamento adequado atempadamente, as consequências poderiam não ser tão graves.
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Após a alta, reclamou no Hospital de S. João. A resposta chegou agora, passados quatro anos, com um pedido de desculpas. “Quatro anos depois, vêm dizer que lamentam. A Ordem dos Médicos também mandou carta a dizer que poderia fazer queixa. Agora que prescreveu. Isto não se faz”, atirou.