Viúva do trabalhador atropelado mortalmente por carro de Cabrita em desespero: “As minhas filhas vão morrer à fome”

Viúva do trabalhador atropelado mortalmente por carro de Cabrita em desespero: "As minhas filhas vão morrer à fome"

Ninguém por parte de Eduardo Cabrita perguntou à família se precisava de ajuda, apesar de terem enviado uma carta a endereçar as sentidas condolências.

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Nuno Santos, de 43 anos, também conhecido na freguesia de Escoural, onde residia, como ‘Pombinho’, perdeu a vida atropelado há cerca de uma semana pelo carro em que seguia o ministro da Administração Interna.

“E agora como vai ser? As minhas filhas vão morrer à fome”, afirma Marta, a viúva do trabalhador Nuno Santos, com sentimento de revolta e desgosto evidentes em cada palavra que profere.

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“O Nuno era o meu marido, o meu melhor amigo. Era um pai único, vivia para a família, amava as filhas”, conta ainda Marta que passa as noites sozinha com as duas duas filhas, de 15 e 19 anos, na expectativa que a porta de casa de voltasse a abrir com a entrada do marido.

“É como se ainda aguardássemos que ele chegasse. Que se sentasse nesse sofá e nos contasse o seu dia.”. Marta juntou-se a Nuno Santos quando tinham apenas 16 anos. Nunca casara, mas ainda ela era uma menina quando se juntaram como casal.

Há 24 anos que estavam juntos. Marta foi mãe pela primeira vez aos 21 anos e teve a segunda filha quatro anos depois. Hoje, Marta não esconde a profunda tristeza que vive. Foi o carro do ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, que lhe destruiu o mundo debaixo dos pés. Mas ninguém lhe deu explicações, nem lhe ofereceu qualquer tipo de ajuda.

“Vieram dois elementos da GNR entregar-me uma carta assinada pelo ministro a dar-me as condolências. E ligou-me uma assessora do Presidente da República também a dar-me os pêsames. Mas ninguém perguntou se precisávamos de ajuda, ninguém quis saber se temos dinheiro para pagar o funeral. E no dia em que me disseram do acidente nem tiveram coragem de dizer o que tinha acontecido.”

Agora, Marta teme que roubem o futuro das filhas e pede que não se esqueçam delas, pois têm como objetivo tirar um curso superior.