“Eles estão a mentir”: Funcionária do principal canal russo mostra cartaz anti-guerra em pleno direto

"Eles estão a mentir": Funcionária do principal canal russo mostra cartaz anti-guerra em pleno direto

Marina Ovsyannikova, uma editora do Canal 1, o principal canal de notícias de propaganda da Rússia, exibiu em direto um cartaz anti-guerra, onde anunciava que o canal estaria a mentir aos telespectadores, momentos após ter publicado um vídeo onde pedia desculpa por ter trabalhado vários anos a espalhar propaganda do Kremlin. 

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“Parem a guerra. Não à guerra”, gritou a funcionária do Canal 1 num cartaz que exibiu em direto, por trás da pivô, que continuava a ler o teleponto como se nada se passasse. “Não acreditem na propaganda. Eles estão a mentir”, podia ler-se no cartaz exibido por Marina, referindo-se às notícias falsas disseminadas sob a forma de propaganda no canal de televisão russo.

A mensagem só foi vista durante uns segundos, uma vez que a produção do programa rapidamente retirou a imagem do ar, colocando uma reportagem gravada previamente no ar.

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Antes do protesto, Marina Ovsyannikova publicou um vídeo nas suas redes sociais, onde pedia desculpa pelos anos que trabalhou no Canal 1 a espalhar “propaganda do Kremlin”.

“O que está a acontecer na Ucrânia é um crime e a Rússia é o agressor. A responsabilidade deste ataque está apenas nos ombros de uma pessoa: Vladimir Putin”, explicou ainda a jornalista.

Marina apelou ainda ao apoio dos cidadãos russos nos protestos anti-guerra, dizendo que “apenas nós temos o poder de travar esta insanidade. Eles não nos podem colocar a todos na prisão”.

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Marina foi detida momentos após o seu protesto e poderá ser condenada até 15 anos de prisão, devido a uma recente lei russa, que criminaliza a disseminação de “notícias falsas” sobre o exército russo.

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