Morreu a professora com cancro obrigada a trabalhar longe de casa

Professora morre de cancro após ser obrigada a trabalhar longe de casa

Josefa Marques, uma professora de 51 anos, faleceu vítima de cancro, após ser obrigada a trabalhar a mais de 200 quilómetros de casa.

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Josefa contava já com mais de 25 anos de serviço no sistema de ensino e lutava contra um cancro há seis anos. Pertencia ao grupo de 2876 docentes a quem foi reconhecida uma doença incapacitante, mas nem assim conseguiu colocação perto de casa.

A professora vivia em Almeida e fazia tratamentos de quimioterapia no Hospital de Coimbra, mas foi colocada em Oleiros, a 207 quilómetros de casa. Josefa expôs o caso ao Ministério da Educação e pediu a revisão do seu requerimento, mas acabou por morrer sem obter resposta.

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“Ela não tinha de se apresentar mas quis fazê-lo. O marido levou-a e ela só então tomou consciência que era impossível fazer 414 quilómetros por dia para ir trabalhar”, referiu Sofia Monteiro, coordenadora do Sindicato de Professores da Região Centro.

“Não quer dizer que o desfecho não viesse a ser este mas a situação não ajudou, acredito que acelerou. Falei muitas vezes com a Josefa sobre as novas regras. Afetou-a profundamente, numa enorme ansiedade, apesar de ela ter mantido sempre a esperança que o sindicato conseguisse reverter a situação, que o Ministério lhe respondesse e até que podia melhorar”, revelou.