Sandro Lima nos Cuidados Intensivos luta contra a Covid-19 e a Leucemia
Sandro Lima, que luta contra a leucemia desde 2017, travou recentemente as mais dura batalha até à data.
O jovem teve que ser internado nos Cuidados Intensivos e chegou a temer pela vida, conta o próprio através de um desabafo nas redes sociais. Apesar de já ter testado negativo à Covid-19, continua internado.
“Gostava de vir aqui dizer-vos que o transplante já foi feito, mas infelizmente não. A data esteve prevista para meio de outubro, mas teve de ser adiada, para poder arrancar um dente devido a uma cárie. Transplante adiado.
Passados quinze dias, o tempo de cicatrização, voltam a ligar-me a informar de uma nova data para o internamento. 5 de novembro foi o dia escolhido. Chegámos à manhã de dia 4 de novembro e lá vou eu ao IPO fazer o último exame antes de entrar, o do Covid-19. O exame é feito e eu volto para casa.
Até aqui tudo normal. O problema só chegou ao fim da tarde, quando o telemóvel toca e do outro lado da chamada, em poucas palavras, oiço: «vamos ter de voltar a adiar o teu transplante, deste positivo». E aí estremeci. Mais uma vez, transplante adiado!
Até aqui tudo bem, apenas a tosse se fazia ouvir entre os sintomas. O pior veio depois e eu nem fazia ideia. Uma semana depois, deparo-me com a chegada da febre e automaticamente acende-se a luz da preocupação. Passei a ficar logo mais atento.
Fui obrigado a ligar para os meus médicos e explicar-lhes o que se estava a passar. Disseram-me para estar atento aos próximos 2/3 dias e ir verificando os picos de febre. Fiz o que me aconselharam e não tive sorte. Em vez de os picos espaçarem, ficavam cada vez mais curtos entre si e a febre continuava a trepar números acima.
Sexta feira, dia 13, dou entrada nas urgências Covid, no hospital de Coimbra, a meio da tarde. Pensei eu que seria uma visita rápida. Horas depois já estava instalado numa das camas das enfermarias, de oxigénio no nariz e com medicação a correr-me nas veias. Os dias foram passando e eu acreditava que a partir dali seria sempre a melhorar. Infelizmente não foi assim. Pelo contrário.
A febre continuava a trepar números sem parar, até passar os 40 graus, a tosse era cada vez mais desconfortável, eu começava a ficar com dificuldade em respirar e a falta de ar também teimava em ficar. Sentia que alguma coisa não estava a correr como previsto. E tinha razão, as coisas não estavam a melhorar e tiveram de me transferir par os Cuidados Intensivos. Por lá estive até ao dia de ontem”.