Bombeiro entrega fotografias cruciais para a investigação da morte de Sara Carreira

O Ministério Público vai recorrer a fotografias tiradas pelo bombeiro fora de serviço que foi o primeiro a chegar ao local e a socorrer as vítimas.

O bombeiro revelou que tinha tirado fotografias que não divulgou em nenhum lado, e que poderão agora ajudar as autoridades que investigam o acidente a decifrar várias dúvidas que se mantêm mais de uma semana após o acidente.

“Tenho fotografias do acidente, que só irei mostrar aos familiares, se eles quiserem. Mas só a eles e pessoalmente. Todos os meios envolvidos não podiam ter feito mais do que fizeram”, revelou em entrevista à TV 7 Dias.

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O homem, que chegou ao local antes de qualquer outra assistência, revelou ainda detalhes outros importantes sobre o acidente.

“Quando chegámos ao carro do Ivo, ele estava junto ao separador central, sem camisola. Estava em tronco nu, a tremer de frio, e quando falámos com ele, estava desorientado. Dizia que era tudo um sonho que lhe estava a acontecer. Ele teria o pulso partido e não uma fratura exposta, como disseram. Depois comecei a ver a cara dele a ficar negra, talvez de algum embate que tenha dado, porque o carro deve ter dado várias cambalhotas”.

“Liguei para o 112. Levámos o rapaz para o nosso carro e eu dei-lhe o meu casaco e liguei o aquecimento do carro. A minha namorada ficou com ele no nosso carro, enquanto eu estava a prestar auxílio à rapariga [Sara Carreira] que estava no carro acidentado. Estive ao telefone durante 14 minutos, o Ivo perguntava pela namorada e nós dissemos apenas que ela estava em estado crítico, mas que estava a ser avaliada.

“Ele nem sabia bem o que lhe tinha acontecido. Disse que estava a sonhar e falou de um amigo, que morreu de acidente há dois anos e que a irmã fazia anos no dia a seguir. O Ivo perguntou diversas vezes pela namorada. Só algum tempo depois é que o Ivo nos disse que a namorada era de uma família muito conhecida (…) Na altura, cheguei a pensar que podia ser a Bárbara Bandeira, mas depois, pela identificação da vítima, é que vimos quem era”.

“Não estava a chover torrencialmente, nem nevoeiro. Estava muito escuro e estava aquele spray provocado pela passagem dos carros. No chão, ao pé do carro, estava um fio de ouro e um telemóvel cor-de-rosa, que eu vi os bombeiros entregarem à polícia. À frente do carro do Ivo estava um Fiat Marea amarelo, que começou a arder passado pouco tempo de chegarmos. Atrás do carro do Ivo estava uma Passat com a traseira toda metida dentro, e atrás deste estava um carro de que não me lembro da marca, com a frente batida. (…)”.

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Pode ler o resto da entrevista aqui.